Decidiu-se então fazer uma votação para decidir se aceitávamos a alternativa da escola e deixávamos as mobilizações ou continuávamos sem a aprovação da diretoria. Entre as 5 opções de voto (Nulo, a proposta da diretoria, um paro com aula em paralelo, um paro geral sem aula ou uma ocupação) a diretoria não autorizaria nem um paro em paralelo e menos ainda um paro geral, tendo, no meu ponto de vista, ou aceitar a proposta ou ocupar a escola como as únicas opções viáveis para continuar.
O resultado foi que 4,5% dos alunos aceitaram o projeto da direção, e 55% optou pela ocupação, o que levou a uma serie de conseqüências, como os professores da escola se reunindo com a assembléia geral de alunos para discutir a ocupação, e até agora mesmo analisando as posturas dos diferentes professores me dou conta dum fato que também percebo na diretoria e até mesmo dentro das 4 paredes de minha casa:
TODOS estão abertos para o dialogo, mas quando chegamos à conclusão que dialogando não nos escutam, pois como expus no post passado, o aluno é minoria marginalizada, e decidimos então que temos que partir para a ação (não no sinônimo de violência, mas no sentido de atuar), a ser conseqüentes com todas as conclusões que temos tido nos diferentes espaços que a sociedade em geral se sente orgulhosa por ter criado:
Varias jornadas reflexivas, fórums, congressos estudantis, assembléias, coordenadoras, cordões, discussões na sala de aula, com os pais , professores e os demais participantes da educação chilena.
Mas na hora que decidimos atuar e não só ficar no dialogo, ai nos somos a escoria da sociedade, vândalos, assassinos (sim uma mãe nos chamou de ‘matones’), folgados, que queremos matar aula (as aulas perdidas serão recuperadas até o fim do ano nos feriados senão nas férias), em resumo, que somos um bando de baderneiros que vamos ocupar a nossa escola, e devemos ser reprimidos pela tropa de choque o mais rápido e violentamente possivel. pois não deixamos quem não é a favor da toma possa estudar para o vestibular. Poucos usaram a palavra “aprender”, só estudar... sim, nos propomos uma forma diferente de aprender, não diretamente enfocados numa prova que em poucas horas define qual vai ser o nosso “futuro”. Propomos uma EDUCAÇÃO POPULAR, onde o dinheiro dos pais não determine a qualidade de educação que cada um de nos recebemos, por isso abrimos as portas para as diversas aulas e atividades que professores, universitários, ex alunos, alunos ou qualquer pessoa que deseje compartilhar o seu conhecimento possa ter uma aula cheia de pessoas de diferentes ‘setores’ da sociedade estão dispostos a aprender um do outro.
Também propomos uma EDUCAÇÃO LIBERTARIA, onde valoramos e incentivamos o pensamento critico e o constante questionamento de tudo, pois é questionando que recebemos respostas.
Alem do projeto educacional que a ocupação propõe, ela dá espaço para um novo “estilo de vida” para quem convive dentro da escola, eu vou dormir, cozinhar, organizar e participar dia-a-dia com um grupo de pessoas dispostas a viver em comunidade fazendo as suas próprias regras, com base na moral de cada um de nos, que como vejo tem mais fundamento que muita diretoria de escolas.
Espero fazer o próximo post dentro da escola com fotos das atividades.... assim que a comissão de imprensa me empresta um PC. Hahahahahha
Saudações e vontade de que todo mundo que lesse este post estivesse comigo participando...
Critilo²
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