A função deste Blog?

Contrarrestar a mídia globalizada, difundindo o fato para lugares onde não chega essa informação de forma convencional, mostrando um ponto de vista critico e apegado à verdade dos fatos e da realidade vivida pelas pessoas que os protagonizam. De essa forma expor ás pessoas aos acontecimentos e além de noticiar o fato, criar uma reflexão critica e um aprendizado.
Declaro uma guerra direta e aberta ao Alienado e ao Facilista...

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Um Dia para Lembrar que o Passado é Hoje!

(francotiradores do exercito vigiam o palacio presidencial bombardeado, que ainda resistia com Allende dentro)


Faz 35 anos, um golpe Militar financiado pela CIA e apoiado pela oligarquia Chilena destruía à “via Chilena al Socialismo” do presidente Allende e com isso eliminava o processo de avanço social enquanto empurravaa vida do cidadão chileno para a extrema-direita e ao neoliberalismo.
Com o suicídio de Allende no mesmo dia do golpe morreu também a Fé que muitos movimentos populares tinham na democracia e justificou ainda mais a ação violenta e a guerra de guerrilhas como meio para a Autodeterminação Latino-Americana. Também começou a lenta e gradual morte cultural duma nação, onde qualquer sinal de expressão e criatividade era suspeita e subversiva.

(Repressão da policia numa manifestação nos 'anos de chumbo')
Começavam assim os ‘anos de chumbo’ para qualquer que se preocupava com o bem comum e não no lucro e sucesso individual, num ambiente hostil à liberdade de pensamento, onde divulgar um panfleto era suficiente para ser torturado por meses e muitas vezes a luta pela democracia foi na rua e com fuzil na mão. Essa luta que em 1988 gero seu maior fruto ao acabar com a ditadura com uma votação popular, mas que se ganhou porque a ditadura se tornou inviável por meio de atos de rebeldia e desobediência dos que lutavam por outra maneira de viver.

Hoje o 11 de setembro foi um dia que se demonstrou nas ruas que o povo chileno resiste a esquecer os anos de fascismo. Resiste a deixar a ditadura militar como parte do passado histórico, e se nega com ênfase a “passar a pagina”. O que se pede nas ruas é o tão gritado hoje: “Ni perdón Ni Olvido!”. Se pede que antes de passar a pagina, se leia de uma maneira diferente essa pagina, cicatrizando as feridas, respondendo aos centos de desaparecidos, que os opressores sejam condenados, que a democracia retorne plenamente como sistema e que os políticos não se esqueçam que governam em nome de um povo que sacrificou vidas para poder escrever DEMOCRACIA, LIBERDADE e IGUALDADE.

(estatua de Allende com algumas das coroas em sua homenagem)De dia, as homenagens a Allende se concentraram em frente a sua estatua na parte posterior do palácio presidencial, onde participaram estudantes mobilizados, partidos políticos, movimentos de todos os setores, sindicatos, antigos guerrilheiros e todas as pessoas “que mantém vivo o espírito de luta e reivindicação social que Allende representava”.
Foi nesse momento em especial que as feridas dos anos de fascismo saíram ao ar numa sociedade onde ainda não consegue superar o golpe: um pedreiro e líder de uma ocupação popular onde os dedos tinham sido quebrados até ficarem inúteis, uma mulher que de um só chute nas costas tinha ficado paralitica da cintura para baixo, um cego, que de tantos socos a córnea dos 2 olhos tinham se descolado. Milhões de historias de morte e tortura foram se revelando cada vez que alguém colocava uma flor na estatua.

(Barricada numa das avienidas de Santiago)
A noite nos bairros mais “populares” o 11 de setembro teve um caráter de reivindicação social e confrontação direta, muitas vezes armada, contra o atual governo que não os representa politicamente, mas que esta presente com todas as instituições repressivas, legais ou ilegais. Demonstrando que ainda há muito para se recuperar o que se perdeu há 35 anos. Barricadas nas ruas e ataques aos símbolos do capitalismo e da alarmante desigualdade social foram os casos mais ocorrentes.

“Não estamos todos na rua, faltam os desaparecidos e os presos políticos de ontem e hoje.”

ARRIBA LOS QUE LUCHAN!

Critilo²

quinta-feira, 31 de julho de 2008

GLOBALIZEMOS NOSSAS LUTAS!

"Pois outro mundo é possível"
A globalização é o atual processo em que o capitalismo se encontra, é uma pseudo evolução do Neoliberalismo, conseqüente do final da guerra fria e hegemonia dos EUA. É por meio deste processo que a cultura regional é substituída por uma cultura artificial, que existe em todos os países, mas não representa ninguém.
O único que prega é o consumo e a conseqüente alienação.
Nesse contexto, America latina é o “laboratório” de muitas teses políticas e econômicas impostas pelos EUA: o plano Colômbia e a “segurança democrática” do presidente Colombiano Uribe é a maior expressão da política bélica e "anti-terrorista". A ALCA ou TLC é a implantação econômica dessa globalização, onde a America latina volta a ser colônia, mas a metrópole desta vez serão as multinacionais (outro exemplo da globalização), regulada pela “Mão Invisível” do mercado.
Para fazer resistência e o mais importante, construir uma alternativa é necessário a união de todos os que fazem parte da luta pela justiça. Pratiquemos o Internacionalismo, mas não por meio dos estados e governos, mas pelos movimentos e assembléias sociais, de base e democráticos.


Reconheçamos nossas diferentes culturas, aprendamos nossos idiomas e identifiquemos nossos pontos em comum, aprendamos com os erros e acertos dos demais movimentos e agrupamentos. Desconheçamos essas linhas imaginarias que chamamos fronteiras e globalizemos nossas lutas.
Aceitemos que a globalização é o atual processo histórico, mas o usemo-lo a nosso favor. A internet tem um grande valor, graças a ela você lê o que escrevo, graças a ele eu sei o que acontece na Colômbia, no Brasil, na África, Ásia, Europa e até mesmo na cidade onde moro. Mídia independente (rádios, revistas, panfletos e sites), blogs, o Orkut, todos os recursos que temos podemos usá-los a nosso favor. A facilidade de locomoção foi essencial para momentos como as mobilizações dos dias de Ação Global dos Povos (AGP).
A AGP é um exemplo dessa globalização da luta, que por meio da mídia independente tem organizado mobilizações em todo o mundo contra instituições como o Banco Mundial, FMI, OMC, e G8. Em 1999, 100 mil pessoas vindas de todos os cantos do mundo: Índios do amazonas, operários japoneses, sindicatos espanhóis, camponeses franceses, médicos sem fronteiras, anarquistas, ecologistas, hackers entre outros muitos foram capazes de boicotar a reunião da Organização Mundial de Comercio (OMC) e após isso varias reuniões massivas tem acontecido onde essas entidades se reúnem.

(Boicot em Seattle)
Os levantes populares em Chiapas (FZLN) e Oxaca (Assembléia popular dos povos) no México, os Mapuches, estudantes e mineradores no Chile, Piqueteros na argentina, movimentos indígenas equatorianos, os sem terra brasileiros, os camponeses colombianos, o movimento cocalero na Bolívia, a Ação Global dos Povos (AGP), entre outros muitos movimentos que estão mudando a sua realidade local, desafiando a marginalização do estado globalizado e as injustiças promovidas por ele.
Preocupemo-nos com as guerras civis africanas, a escravidão na Ásia, os milhares de imigrantes que são forçados a entrar na ilegalidade ou são expulsos, à caça as baleias no mar do japão, o efeito estufa no mundo todo, a violenta repressão no recente protesto na Itália contra o G8, a censura que os jornalistas estão sofrendo na China a poucos dias de começar as olimpíadas. Em resumo: preocupemo-nos com cada uma das injustiças deste mundo.

Assumamos que cada violação dos direitos humanos é uma violação contra cada um de nós, cada cidadão condenado a morte é cada um de nos condenado à morte. O outro sou eu e eu sou o outro, por isso apoiemo-nos e lutemos pelo outro. Pois a minha liberdade se potencializa com a liberdade do outro.


“Temos a tarefa de construir um movimento global que substitua o controle financeiro e industrial, criando uma nova economia com base na justiça, um meio ambiente saudável, um respeito aos direitos humanos e antes de tudo a Liberdade” –ativista em Seattle ’99, no Dia de Ação Global dos Povos.

Critilo²

sábado, 12 de julho de 2008

Marchando contra uma Lei

(panfleto da marcha)

Na semana de “Calma”, contatos com 8 organizações sociais e sindicatos (como a CUT, o colégio de professores, o de transporte e de saúde) foi combinada uma paralisação e 4 marchas que chegariam até a Praça Itália. Mas a Intendência de Santiago desrespeitou a constituição chilena (art.19 §13) “ O direito à reunião pacifica e desarmada sem aviso prévio nas praças, ruas e demais lugares de uso publico” e negou tanto as 4 marchas quanto a concentração na Praça Itália. Ao chegar as 10 da manha na Praça Itália havia ao redor de 200 estudantes que aguardavam á chegada das demais instituições. Cerca de 1 hora depois chegaram e a marcha começou liderada pelos professores, mas não durou mais de meio quarteirão pois um jato d’água da policia que molhou os que estavam na frente ‘abriu’ o inicio da repressão à marcha, ônibus cheios de policiais chegavam, mais de 20 blindados lançando gás 5 carros lança-água e mais de 20 cavalos investindo nos manifestantes. Após aproximadamente 30 minutos de caos e de tentativa de continuar a marcha independente do operativo de guerra montado pelas forças especiais se decidiu fazer o reencontro na avenida Alameda a uns 5 quarteirões do palácio presidencial. Desliguei-me da massa para passar despercebido pelos vários blindados que circulavam e dos pontos de controle da policia nos pontos de acesso a avenida.

(ponto de controle em frente a Mc Donald´s)Quando finalmente cheguei me deparei com 6 mil pessoas na avenida cercadas por cavalos, barreiras de contensão, com a tropa especial com seus escudos e cassetetes e finalmente os lança água com seus canhões mirando na manifestação. No total 20 mil soldados de forças especiais reprimiriam a manifestação. Uma verdadeira emboscada tinha sido planejada.

(barreira de contensao e soldados do GOPE)

(forças especiais ameaçam fotografo com granada de gás) Após o final do discurso do presidente da CUT e do colégio de professores se leu uma carta da Assembléia de estudantes, que foi encerrada pelo recomeço da repressão. Vários jatos d’água carregados com químicos que tem o efeito similar ao gás lacrimogêneo, mas mais potente, banhavam a multidão que corria procurando uma brecha nas barreiras montadas pela policia. Finalmente as barreiras foram derrubadas e a multidão se esparziu pelas ruas laterais, fazendo barricadas e pequenas emboscadas com “Pingüins” jogando bombas de pintura nos blindados.

(um pouco da multidão reunida na av. Alameda)

(Bomba de pintura estourada no chão e o onibus do gope chegando...)

Eu, que não sou partidário dessa violência, que só deslegitimiza o movimento e o faz perder seriedade e credibilidade, decidi que era momento de voltar para a casa. Mas a cavalaria da policia estava esforçada a barrar a passagem para o metrô. Então tive que procurar outra estação. Para chegar até ela tinha que caminhar uns 7 quarteirões, mas a avenida principal estava cheia de policiais. Tinha que ser por uma rua paralela, na esquina, apareceu um lança água que me molhou a cabeça, tive que me ‘refugiar’ numa entrada do metro dos jatos d’água enquanto outros do meu lado jogavam as bombas de pintura, de longe vi que a cavalaria estava avançando. Nesse ponto corri para a rua paralela enquanto 15 soldados de forças especiais desceram dum ônibus blindado, 10 deles foram para a entrada do metro, mas 5 deles começaram a perseguir os que entravam na rua paralela. Correndo, com os olhos se fechando pelo ardor, 4 quarteirões depois, os policias paravam a perseguição após prender um dos pingüins que tinham caído. Finalmente cheguei ao metro. Somente horas depois os efeitos do gás e d’água jogada pela policia paravam de fazer efeito. No total foram presas mais de 154 pessoas, 700 granadas de gás lacrimogêneo foram lançadas e 2 fotógrafos foram feridos. Cada dia percebo mais o preço que a juventude latino americana tem que pagar a custa do lucro e do beneficio de poucos. “America latina está plantada pelos ossos e sangue dos nossos jovens” diz uma canção que de vez em quando escuto por ai.

domingo, 6 de julho de 2008

Uma Relativa Calma



O período de relativa “calma” divulgado publicamente pelos estudantes e professores foi irrompido 4ta feira ao redor das 7 da noite no centro, na Praça de Armas, quando começaram a se juntar vários estudantes, universitários, professores e militantes de agrupações revolucionarias. Bandeiras, pancartas, panfletos, discursos e uma verdadeira Insurreição pegou desprevenidos policia, que só consegui reacionar quando a marcha estava a menos de 1 quarteirão do palácio presidencial. A reação logicamente foi rodear a marcha com blindados e escudos, como a passagem foi negada até o palácio a marcha decidiu marchar pelas ruas alternativas ate a avenida principal, gerando congestionamento, mas foi surpreendente como a maioria das pessoas que estavam presas no transito apoiou a marcha. Tudo estava pacifico até que um carro da policia que tinha ficado preso no congestionamento foi rodeado pela marcha e os vidros foram quebrados. Após isso, o GOPE (operações Especiais) chegou por uma rua de pedestres com blindados na intenção de dispersar a marcha, que se reuniu depois na avenida principal em frente á Biblioteca Nacional e criou barricadas que novamente foram reprimidas violentamente pelo GOPE. Após a marcha ser dispersa, se reuniu na Praça Itália, onde desta vez a policia reprimiu duma maneira que lembrava os velhos tempos de Pinochet: Inteligência da policia vestidos de civis, portando armas de fogo, que apontaram em direção dos manifestantes em diversas ocasiões e prendendo pelo simples fato de marchar. Há relatos não confirmados que dizem que novamente um policial atirou para o ar. Fica em divida o treinamento psicológico que os policiais recebem para lidar com marchas e situações fora do normal, o mais fácil é reprimir o mais rápido possível. Após a marcha finalmente terminar com tanta repressão, um comunicado assinado pelas organizações que tinham participado foi divulgado:

“Se é que chegamos a este nível e se estamos dispostos a ser presos é por que acreditamos na legitimidade de nossa luta! O de hoje não foi nem será uma ação isolada. A luta segue e seguirá até que a educação e a sociedade consigam a igualdade social”

A próxima semana as mobilizações em massa recomeçaram, a lei será votada no senado. A ACEUS comunicou que após uma semana de “calma” varias alianças foram feitas com diversos sindicatos. O cordão de Peñalolen também se dedicou a melhorar a sua estrutura. O vídeo feito pelo canal independente “canal Barrial” mostra um pouco do ambiente dessa insurreição.... detalhe no minuto 2:03 no canto direito do vídeo, o cra q entrega um panfleto para o cara q esta dentro do taxi ;)

Critilo²

sábado, 5 de julho de 2008

A Mão que Liberta não pode ser a mão que Escraviza (Parte II)

Depois de me desligar da ocupação, voltei para casa, onde tive o luxo de comer e dormir quente num colchão. O dia seguinte começava com tudo. As 11h o CEP (cordão de estudantes de Peñalolen), com a maioria dos que estavam na ‘okupa’ da escola, faria uma Intervenção Cultural, que usa a arte em todas as suas formas para se expressar o protesto: uma arte subversiva e marginada (o chamado Terrorismo Poético pelos anarquistas) que propõe uma mudança na cotidianidade do ser humano urbano e assim ‘acordá-lo’.
Mas nessa mesma hora acontecia uma votação que decidiria se a ocupação da escola continuava ou não embora estivesse combinado às 16h com os da ‘okupa’ então quem estava na intervenção não conseguiu votar. Essa mudança foi a primeira de muitas que acabaram mostrando uma manipulação organizada pela diretoria para desfazer a ocupação. O resultado logicamente foi favorável a volta ás aulas, mas a mudança de horário jogou contra a diretoria. Um 43% dos alunos votaram, o que pelas regras invalidaria a votação, como deveria ter acontecido com a proposta da escola no dia 25.

(Uma aluna que chagava da Intervenção olha a desocupação)


Após a divulgação do resultado da votação, se reuniu a assembléia de estudantes para decidir se aceitava o resultado da votação a ocupação terminava. Para não cometer de novo os mesmos erros, a assembléia decidiu não aceitar a votação e continuar com a ocupação.
Mas quando o resultado foi comunicado aos professores, eles ignoraram a decisão da assembléia e a invalidez da votação, comunicaram que a ocupação tinha que acabar e começaram a tirar as cadeiras da barricada. Nesse momento eu não sabia com certeza quanto da escola tinha votado, e ao perguntar a coordenadora ela me garantiu que mais do 60% da escola tinha votado, mas o fato era outro.

(Os professores tirando as cadeiras da barricada)


Acabava assim a ocupação, mas pela forma que terminou, radicalizou tanto a diretoria quanto os alunos mobilizados e a convivência dentro da escola tem sido num ambiente de tensão senão de hostilidade.
Mas os frutos da ocupação seriam outros, sexta-feira seguinte a comissão de arte fez uma Intervenção Artística num dos pontos mais emblemáticos do centro, a Praça Itália, e logo após em frente a uma subprefeitura onde se juntou um grupo de estudantes da escola “Manuel de Salas”, que estiveram em ocupação por mais de 1 mês.

(A Intervenção de sexta-feira na praça Itália)


Esta semana TEORICAMENTE foi uma semana onde as mobilizações em marchas diminuiriam para que os cordões e demais agrupações destinassem seu tempo para criar mais coordenação e planejamento para a semana que vem, onde uma marcha se juntara na Praça Itália vindos de 4 pontos estratégicos de Santiago. Além disso aconteceu um Referendo coordenado pelas varias organizações da educação onde a população conseguiu expor o seu parecer sob o dever do estado na educação, o lucro, a administração e o projeto de lei.


Critilo²

sexta-feira, 27 de junho de 2008

A Mão que Liberta não pode ser a mão que Escraviza (Parte I)

Desafortunadamente, a ocupação da escola Altamira perde a sua base de lógica e seus argumentos para continuar



(a barricada de cadeiras na porta da escola)


Muita coisa aconteceu desde as 3:44 da manha de ontem quando fiz o ultimo post, tanta, que não tive tempo de narrar pouco a pouco os acontecimentos e agora vou tentar sintetizar eles. Vou dividi-lo em 2 posts. Um hoje e o outro quando o tempo me deixar.
Depois de dormir as 5 da manha, tivemos que acordar as 8:30 pois tinha se convocado uma assembléia geral de alunos onde iria se votar pela proposta da direção.
A assembléia desafortunadamente não contou de novo com o 60% dos alunos que se precisavam para ter poder resolutivo, mas fomos pressionados para dar uma resposta então decidimos fazer a votação mesmo sem o 60% pois tinham sido convocados todos os alunos por e-mails, telefonemas e ate mesmo um chamado do diretor no tão polemico site da escola para que estivessem presentes. A votação ocorreu e foi rechaçada a proposta da direção por um 56% dos que estavam presentes, o que implicava que a ‘Okupa’ da escola continuava.
Após isso, quando o resultado foi entregue a direção, percebemos como tinha começado uma das crises mais significativas para a ocupação ao dar o poder resolutivo a menos do 60% dos estudantes. A votação finalmente foi invalidada, mas então ficamos sem uma resposta para a direção e uma evidencia real do principal problema que esta ocupação teve desde a sua criação: Uma falta de participação e comprometimento da maioria dos alunos.
Foi ai onde eu tive que repensar e analisar as atividades e todas as atitudes.
Percebi que tínhamos conseguido levar bem a educação libertaria em aulas como: ‘os direitos dos presos’ dada por 2 companheiros de 3ro, ‘revoluções do mundo pelo olhar do marxismo’ por um membro do PRML (Partido Revolucionário marxista-leninista), ‘Anarquismo Social’ por um membro ativo do movimento clandestino anarco-comunista e finalmente ‘educação libertaria’ por outro companheiro de 3ro.

(alguns da 'comunidade' reunidos as 3 da manha vigilando)

(outros da 'comunidade' ouvindo as noticias do movimento estudantil pela radio)



A proposta de viver em comunidade também foi positiva, mas só com quem estava realmente comprometido com o projeto, ao redor de 50 pessoas.
Tristemente percebi que quem levava este projeto era quem vivia nessa comunidade e o resto que vinha participava pouco ou nada. Foi nesse ponto que percebi que ocupando a escola tinha conseguido fazer pouco para levar ao campo do real a educação popular. As 50 pessoas eram quem participavam em todas as aulas e o restante eram alunos da escola que variavam ou alguns poucos do cordão comunal de peñalolen (CEP). Como eu constantemente disse enquanto estava na escola: “a ocupação vai cair pelo próprio peso dos nossos erros”, tínhamos cometido 2 muito grandes, a falta de democracia para rechaçar o projeto da direção e a deficiência na ‘popularidade’ das aulas. Também me prometi que a partir do ponto onde já não poderia justificar a ‘violência’ que implica ocupar um espaço privado que era a escola, eu imediatamente iria me desligar da ocupação, e foi isso que aconteceu.
Após varias conversações e meia caixa de cigarros eu e um dos 4 voceiros internos que a assembléia tem, decidimos que a ocupação tinha perdido 3 das bases que a mantinham (democracia, aulas populares e a justificação da ocupação física do espaço). Muito triste, decidi que desafortunadamente era hora de se desligar dessa ocupação, e acredito eu foi num bom momento. Eram as 11 da noite da 4ta feira.

Critilo²

quarta-feira, 25 de junho de 2008

A guerra cibernetica da Utopia



"Fora" da ocupação e das salas de negociação com a diretoria, o site da escola tem publicado vários comunicados da diretoria e a carta dos professores numa tentativa de saciar a ansiedade de muitas pessoas para saber o que esta acontecendo na escola... Não preciso dizer que a versão é completamente parcial, onde a diretoria se sente como uma vitima de uma ação vândala dos alunos, e ainda se sente como apadrinhando os alunos que estamos aqui, agora mesmo agüentando frio e mantendo esta ocupação para manter as nossas idéias no campo do real, fazendo um dialogo constante para que esta ocupação acabe o mais rápido possível.
Nesse site ( http://colegioaltamira.bligoo.com/ ), tem se livrado uma verdadeira batalha cibernética entre os pais e um ou outro aluno que esta contra esta ocupação, muitos depoimentos pedem que a tropa de choque entre o mais rápido possível pela porta da escola, outros nos chamam para entrar no mundo real, que é um mundo onde para eles, uma escola privada que os alunos como eu e como os meus companheiros que temos todas as facilidades para não passar fome, frio e sono e continuar as aulas boas e com bom conteúdo que temos, não tem lógica alguma se rebelar contra um sistema onde muitos de nos temos boas chances de nos darmos bem com ele (entenda-se lucrar).
Chamam-nos para um mundo real desde uma casa por meio dum computador e da internet? O mundo "real" É esta "utopia" da escola ocupada! onde punks, hippies, manos, patricinhas, comunistas e pessoas "comuns e correntes" comemos da mesma panela, nos esquentamos na mesma fogueira (o novo projeto de lei para a educação e o código penal serviram para avivar as chamas), passamos o mesmo sono e fazemos as mesmas rondas de vigilância para proteger esta ocupação de uma improvável tentativa de desocupação da policia ou dum talvez possível ataque dos vários grupos neonazistas e demais grupos de ultradireita que em varias ocasiões tem invadido as escolas para fazer o trabalho sujo da policia.
Amanha se decidirá se continuamos nesta ocupação ou aceitamos a proposta da diretoria... Temos aproximadamente 4 horas para decidir e a tensão é evidente quando contamos quantos cigarros sobram e quanto café temos bebido para seguir atuando muitos já por mais de 2 dias de muita atividade e pouco sono... Parece que o ultimo posto que eu fiz fosse como 2 dias atrás.

saudações

Critilo²

terça-feira, 24 de junho de 2008

Ultimas Noticias

Uma postagem rápida e com pouco capricho...


A escola foi ocupada pacificamente por quase 50 pessoas ao redor da meia noite...
Agora mesmo, ao som dum hip-hop no pátio da escola a comissão de arte faz pancartas com mensagens de apoio às varias marchas que estão acontecendo agora mesmo num dos bairros mais populares de Santiago e acontecerão ao longo da semana, a comissão Toma esta organizando as atividades e aulas que serão realizadas amanha, a comissão relações exteriores esta fazendo contato com o resto das escolas e com o cordão do nosso bairro para que apóiem a nossa ocupação. Outro grupo de voceiros esta discutindo com a diretoria e o centro de pais os pontos de exigência para que deixemos a ocupação...
Algumas horas antes os professores entregaram uma carta pedindo a nos os alunos deixemos a ocupação e aceitar a proposta da diretoria... Embora vários professores pessoalmente tem me manifestado o apoio, mas não podem publicamente pela condição de professor.
O dia esta longe para terminar, temos pelo menos 3 tipos de reuniões e assembléias ate a noite.
E a noite também será comprida e passará devagar... Desde agora esta baixando a temperatura e não quero imaginar como será de madrugada quando terei que fazer a guarda noturna por 3 horas caminhando e vigiando a escola....
As fotos não tenho conseguido carregar por falta do cabo na câmera...bom agora tenho que deixar este PC para a comissão da imprensa para que possam fazer os seus contatos e organizar e criar panfletos....
um voceiro interno acabou de chegar da reunião com o diretor e parece que a escola está aberta ao dialogo e as negociações das exigências nossas...
como dizia nos outros posts: é necessário fazer barulho, mas também incomodar para sermos escutados...

saudações

Critilo²

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Uma Educação de Cegos, Surdos e Mudos

Uma educação com medo de mudar. Que não se preocupa com o companheiro, não escuta e não deixa ser conseqüente com as ideias
Hoje foi um dia que determinou as mobilizações na escola Altamira. Após uma reunião Sábado com a diretoria, onde foi proposta uma alternativa ao paro indeterminado votado pela maioria dos alunos da escola. A proposta foi chamada de “mobilización permanente” e era mais um projeto social com caráter paternalista (mais ou menos dizendo: “coitados os pobres! Eu, que sou melhor, posso fazer a boa ação do dia e ir dormir tranqüilo”) que procurava uma apertura da escola para o resto da comunidade, a apertura é um objetivo valido que valoro muito (tanto, que vamos abrir a escola para todos na toma) mas a proposta tem pouco a ver com as mobilizações atuais em rechaço a lei que regulara a educação no Chile para os próximos 30 anos. O principal problema com essa proposta era que se substituía a mobilização estudantil pelo projeto social. Propus varias vezes levar em paralelo os dois projetos, coisa possível, mas a diretoria tinha especificamente criado essa alternativa de projeto social com a intenção de “conter as mobilizações estudantis” como diz uma carta do centro de pais da escola.

Decidiu-se então fazer uma votação para decidir se aceitávamos a alternativa da escola e deixávamos as mobilizações ou continuávamos sem a aprovação da diretoria. Entre as 5 opções de voto (Nulo, a proposta da diretoria, um paro com aula em paralelo, um paro geral sem aula ou uma ocupação) a diretoria não autorizaria nem um paro em paralelo e menos ainda um paro geral, tendo, no meu ponto de vista, ou aceitar a proposta ou ocupar a escola como as únicas opções viáveis para continuar.
O resultado foi que 4,5% dos alunos aceitaram o projeto da direção, e 55% optou pela ocupação, o que levou a uma serie de conseqüências, como os professores da escola se reunindo com a assembléia geral de alunos para discutir a ocupação, e até agora mesmo analisando as posturas dos diferentes professores me dou conta dum fato que também percebo na diretoria e até mesmo dentro das 4 paredes de minha casa:
TODOS estão abertos para o dialogo, mas quando chegamos à conclusão que dialogando não nos escutam, pois como expus no post passado, o aluno é minoria marginalizada, e decidimos então que temos que partir para a ação (não no sinônimo de violência, mas no sentido de atuar), a ser conseqüentes com todas as conclusões que temos tido nos diferentes espaços que a sociedade em geral se sente orgulhosa por ter criado:
Varias jornadas reflexivas, fórums, congressos estudantis, assembléias, coordenadoras, cordões, discussões na sala de aula, com os pais , professores e os demais participantes da educação chilena.

Mas na hora que decidimos atuar e não só ficar no dialogo, ai nos somos a escoria da sociedade, vândalos, assassinos (sim uma mãe nos chamou de ‘matones’), folgados, que queremos matar aula (as aulas perdidas serão recuperadas até o fim do ano nos feriados senão nas férias), em resumo, que somos um bando de baderneiros que vamos ocupar a nossa escola, e devemos ser reprimidos pela tropa de choque o mais rápido e violentamente possivel. pois não deixamos quem não é a favor da toma possa estudar para o vestibular. Poucos usaram a palavra “aprender”, só estudar... sim, nos propomos uma forma diferente de aprender, não diretamente enfocados numa prova que em poucas horas define qual vai ser o nosso “futuro”. Propomos uma EDUCAÇÃO POPULAR, onde o dinheiro dos pais não determine a qualidade de educação que cada um de nos recebemos, por isso abrimos as portas para as diversas aulas e atividades que professores, universitários, ex alunos, alunos ou qualquer pessoa que deseje compartilhar o seu conhecimento possa ter uma aula cheia de pessoas de diferentes ‘setores’ da sociedade estão dispostos a aprender um do outro.




Também propomos uma EDUCAÇÃO LIBERTARIA, onde valoramos e incentivamos o pensamento critico e o constante questionamento de tudo, pois é questionando que recebemos respostas.
Alem do projeto educacional que a ocupação propõe, ela dá espaço para um novo “estilo de vida” para quem convive dentro da escola, eu vou dormir, cozinhar, organizar e participar dia-a-dia com um grupo de pessoas dispostas a viver em comunidade fazendo as suas próprias regras, com base na moral de cada um de nos, que como vejo tem mais fundamento que muita diretoria de escolas.

Espero fazer o próximo post dentro da escola com fotos das atividades.... assim que a comissão de imprensa me empresta um PC. Hahahahahha

Saudações e vontade de que todo mundo que lesse este post estivesse comigo participando...

Critilo²

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Uma democracia de Oligarquias

79% da escola Altamira apóia o paro após a aprovação da lei no congresso

Enquanto varias assembléias extraordinárias de alunos aconteciam, no mesmo tempo a lei era aprovada no congresso. Após um referendo na escola foi aprovado por 79% dos alunos um paro indefinido para intensificar as mobilizações contra a lei. No caso do paro não ser aprovado pela direção, 74% dos alunos apoiavam a decisão de ocupar a escola e intensificar assim o apoio as mobilizações.
A direção da escola finalmente percebeu que no tema da educação, nos, os alunos somos tudo menos minoria e menos ainda um grupo marginalizado e aprovou a decisão dos alunos e hoje a escola Altamira não teve aula.
Desafortunadamente no atual sistema de estado que o governo chileno segue, todo o movimento estudantil é mais um grupo marginalizado e criminalizado. Nem é minoria, pois não é nem sequer reconhecido como tal.
18 de junho marcharam mais de 10 mil professores e estudantes contra a lei na cidade de Valparaiso. Ao mesmo tempo varias marchas em Santiago eram reprimidas como de costume, mas desta vez foram feitas varias barricadas fechando ruas e avenidas criando pontos de verdadeiro conflito com a policia.... poucos amigos estavam em liberdade ontem após a marcha.
Foram ocupados as sedes do partido socialista (PS), pelos mesmos membros da Juventude Socialista que discordavam com o próprio partido, já que este era a favor da aprovação da lei. O mesmo aconteceu na sede do partido radical (PR) e a tentativa de ocupar a sede do partido de ultra direita [que o nome não os engane] União pela Democracia Independente (UDI).

NO CHILE O ALUNO NÃO FAZ PARTE DA DEMOCRACIA


A ocupação é o único meio que os estudantes têm para divulgar as suas necessidades ou exigências. Há escolas que estão tomadas que o teto esta literalmente caindo em cima deles e as câmeras só mostram a resistência dos alunos para não serem levados presos e não o teto caindo nem as demandas deles.
A única maneira que os estudantes socialistas tem que o próprio partido que eles militam escutem eles é ocupando a sua sede. Assim acontece com todo relacionado com a educação. Para que o estado escute o movimento estudantil é necessário que a escola seja ocupada, é necessário gerar desconforto. 64 escolas estão ocupadas e 53 estão em paro.

A escola Altamira caminha para uma possivel ocupação, hoje (20 de julho) ocorreu finalmente o primeiro “paro” onde as aulas normais foram substituídas por assembléias e criação de comissões para fortalecer e intensificar a participação da escola no “cordão” (um tipo de assembléia coordenadora, existe geralmente 1 por bairro) que semana passada ocupou a subprefeitura do bairro. video da ocupação: ( http://www.youtube.com/watch?v=dv1It0VbCts )
Os alunos exigimos um paro indefinido, mas a direção não apoiou a indefinição do paro e finalmente convocou uma assembléia amanha (sábado) para discutir e negociar o paro. Para muitos, o paro de hoje foi aprovado por causa da pressão dos mesmos alunos que no caso de não aprovado, a escola seria ocupada.

As vozes do mundo chagam pouco a pouco, a Universidade Nacional Autônoma de México, emblemática universidade na América latina em questão de mobilizações enviou um comunicado onde se dizem orgulhosos das mobilizações no Chile, enfatizando que o problema da educação supera fronteiras.
Agradeço também a todas as pessoas que tem apoiado este projeto do blog.

Saudações e saudades
Critilo²

domingo, 8 de junho de 2008

6 Tiros de Advertência





“Anistia internacional expressa sua indignação devido aos testemunhos televisivos e denuncias que mostram funcionários de ‘Carabineros de Chile’, membros da 2da comissária de Santiago, que dispararam suas armas de fogo no mínimo em 6 oportunidades para controlar e amedrontar aos manifestantes de um dos pontos mais conflitivos na mobilização de estudantes e professores realizada no dia 5 de junho”.

Com essa nota, Anistia Internacional, uma organização internacional que luta pelos direitos humanos no mundo todo, denunciou a repressão desmedida dos ‘Carabineros’ (a policia chilena) nas marchas e manifestações feitas pelos estudantes. A gota d’agua foi dia 5 de junho, após a situação estar oficialmente controlada, policiais dispararam para o ar com a desculpa de dispersar os manifestantes, que claramente se vê no vídeo, fugiam rapidamente da policia.
Numa reportagem da TV local (assista vc mesmo: http://www.chilevision.cl/home/index.php?option=com_content&task=view&id=101038&Itemid=180 ), as imagens captadas por uma câmera de segurança mostra os estudantes fugindo e logo depois os policiais atirando. Após isso mostram um professor que foi agredido por policiais (um companheiro meu que também foi detido foi testemunha da agressão ao professor), e após denunciar pela TV a agressão, é novamente preso pela policia. (cadê a liberdade de expressão??)



A.I. pediu que a direção dos carabineros e o poder executivo tomasse 3 medidas importantes:
1- Uma rápida investigação nos recentes atos de repressão desmedida principalmente por parte da tropa de choque e do Grupo de Operações Especiais, o GOPE, (qualquer semelhança ao BOPE carioca não é simples coincidência).
2- Que os carabineros façam treinamento especial para a defesa dos direitos humanos, como estipula a ONU no “Código de Conduta para funcionários encarregados do cumplimento da lei”.
3- A direção geral de carabineros “Evite emprego de força nas acuações policiais durante reuniões ilícitas, mas pacíficas (a maioria dos protestos feitos pelos estudantes no centro de Santiago não são autorizados pela sub-prefeitura, portanto os policiais tem a autorização de reprimir qualquer manifestação, coisa que atenta a liberdade de reunião), e para dispersar reuniões violentas empregar medidas de dispersão que impliquem o menor grau de força possível”.

A ação de um punhado de pessoas, foi a justificação usada para adotar medidas cada vez mais represivas e restritivas contra um movimento que a grande maioria se manifesta de forma pacifica e condena esse tipo de violência. Por exemplo: As desocupações das escolas ocupadas pelos alunos, usualmente feitas na madrugada, sem prévio aviso para quem quiser sair sem resistir tenha a oportunidade, são usadas balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo em concentrações muito fortes (na tentativa de desocupação da universidade do Chile houve vários alunos que desmaiaram devido ao Gás).

Tinha a intenção de neste 2do post do Blog expor as exigências e tentar traçar um perfil do movimento estudantil, mas a crescente repressão da policia desviou o tema, mas prometo publicar diferentes petições e meios de mobilização que se estão realizando assim que o estudo deixar, pois como dizia um grafiti em frente ao Instituto nacional (9na vez que esta ocupado):
“lutar para estudar, estudar para lutar!”


Nota completa da Anistia Internacional: http://www.amnistia.cl/index_noticias.shtml?sh_itm=2a66f811d3ad263510a71a682af783c0
Reportagem da TV mostrando os policiais atirando:
http://www.chilevision.cl/home/index.php?option=com_content&task=view&id=101038&Itemid=180

Saudações e saudades
Critilo²

sábado, 7 de junho de 2008

Muito além dum Protesto


A “revolução pingüina” só é mais um dos muitos
processos de rechaço contra a ordem neo-liberal.

Mais do que protestos nas ruas em rechaço a uma lei, marchamos e combatemos uma ordem, um sistema e uma ideologia neoliberal. Essa ideologia esta presente em todos os aspectos da sociedade chilena, não só no econômico (saúde, educação, e transporte privatizados e com fins de lucro), mas no político: (o fantasma da ditadura pinochetista),
no social: (classismo, racismo e a predominância dos valores éticos e morais da religião dominante acima de valores democráticos e de liberdade individual) e cultural: (mudança da identidade nacional pela chamada “ocidental” e grande admiração pelo europeu, ao mesmo tempo que ocorre a marginalização dos povos e costumes locais.
Consequentemente se marginaliza qualquer pessoa, grupo social ou movimento que seja contrario ao “pensamento único” da globalização monopolar.

Video do Subcomandante Marcos:


A função deste blog?

É como explica o Subcomandante Marcos (foto), do Frente Zapatista de Liberação Nacional (FZNL), no seu vídeo para a “Comissão para a democracia” de contrarrestar a mídia globalizada, difundindo o fato para lugares do mundo ou grupos sociais onde não chega essa informação de forma convencional (tv, revistas, jornais etc), mostrando um ponto de vista critico e apegado à verdade dos fatos e da realidade vivida pelas pessoas que os protagonizam. De essa forma expor ás pessoas aos acontecimentos e alem de noticiar o fato, criar uma reflexão critica e um aprendizado.
Acredito e espero que a “revolução pinguina” e este blog sirvam como ponto de partida e reflexão para uma maior movimentação dos estudantes Brasileiros como membros ativos nos processos políticos e sociais.


Saudações e saudades
Citrilo²