domingo, 12 de abril de 2009
A gerAÇÃO do 9
Se o mercado, que é livre, se assusta com este ano, Que será dos seres humanos presos pela subnutrição, a desigualdade ou presos simplesmente por ter consciência do momento em que vivemos e exigem o “livre pensamento e caminhar”?
A bolha explodiu. Com o nascimento deste ano e o surgimento do que chamo a “geração do 9”, podemos falar de fatos e datas, nomes e mortos.
Grécia, o berço da filosofia, da democracia e a mãe do ocidente, ardeu em chamas após o assassinato dum jovem de 16 anos que se manifestava contra um governo corrupto que ao ignorar a historia, marginaliza seu povo e assassina quem tenta quebrar os círculos de elite.
Nos EUA, a esperança ganhou as eleições porque o resto estava morto, morrereu no 11-S, depois em Afeganistão, seguindo no Iraque e finalmente em Wallstreet. Essa felicidade e esperança se transformam em desemprego e insatisfação num estado em falência. A falácia duma democracia é evidente quando governos liberais apóiam planos econômicos de bilhões para salvar os bancos (que tem uma boa parte da culpa desta crise) e se esquece do valor humano (se é que alguma vez foi considerado) e nem se fale do demais que esta vivo, a natureza.
O estado se marginaliza ele mesmo protegendo-se de suas conseqüências com cordões policiais, escondendo com nuvens de lacrimogêneo suas instituições em ‘crack’.
O capital estava muito livre e fugiu, enquanto se aperta o cinto do cidadão, mas também a corda ao redor do pescoço do estado.
Faltará pouco para que atacar a infraestrutura seja suficiente para acabar com toda uma instituição.
Critilo²
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Um Dia para Lembrar que o Passado é Hoje!
Com o suicídio de Allende no mesmo dia do golpe morreu também a Fé que muitos movimentos populares tinham na democracia e justificou ainda mais a ação violenta e a guerra de guerrilhas como meio para a Autodeterminação Latino-Americana. Também começou a lenta e gradual morte cultural duma nação, onde qualquer sinal de expressão e criatividade era suspeita e subversiva.
Hoje o 11 de setembro foi um dia que se demonstrou nas ruas que o povo chileno resiste a esquecer os anos de fascismo. Resiste a deixar a ditadura militar como parte do passado histórico, e se nega com ênfase a “passar a pagina”. O que se pede nas ruas é o tão gritado hoje: “Ni perdón Ni Olvido!”. Se pede que antes de passar a pagina, se leia de uma maneira diferente essa pagina, cicatrizando as feridas, respondendo aos centos de desaparecidos, que os opressores sejam condenados, que a democracia retorne plenamente como sistema e que os políticos não se esqueçam que governam em nome de um povo que sacrificou vidas para poder escrever DEMOCRACIA, LIBERDADE e IGUALDADE.
(estatua de Allende com algumas das coroas em sua homenagem)De dia, as homenagens a Allende se concentraram em frente a sua estatua na parte posterior do palácio presidencial, onde participaram estudantes mobilizados, partidos políticos, movimentos de todos os setores, sindicatos, antigos guerrilheiros e todas as pessoas “que mantém vivo o espírito de luta e reivindicação social que Allende representava”.
Foi nesse momento em especial que as feridas dos anos de fascismo saíram ao ar numa sociedade onde ainda não consegue superar o golpe: um pedreiro e líder de uma ocupação popular onde os dedos tinham sido quebrados até ficarem inúteis, uma mulher que de um só chute nas costas tinha ficado paralitica da cintura para baixo, um cego, que de tantos socos a córnea dos 2 olhos tinham se descolado. Milhões de historias de morte e tortura foram se revelando cada vez que alguém colocava uma flor na estatua.
“Não estamos todos na rua, faltam os desaparecidos e os presos políticos de ontem e hoje.”
ARRIBA LOS QUE LUCHAN!
Critilo²
quinta-feira, 31 de julho de 2008
GLOBALIZEMOS NOSSAS LUTAS!
O único que prega é o consumo e a conseqüente alienação.
Nesse contexto, America latina é o “laboratório” de muitas teses políticas e econômicas impostas pelos EUA: o plano Colômbia e a “segurança democrática” do presidente Colombiano Uribe é a maior expressão da política bélica e "anti-terrorista". A ALCA ou TLC é a implantação econômica dessa globalização, onde a America latina volta a ser colônia, mas a metrópole desta vez serão as multinacionais (outro exemplo da globalização), regulada pela “Mão Invisível” do mercado.
Para fazer resistência e o mais importante, construir uma alternativa é necessário a união de todos os que fazem parte da luta pela justiça. Pratiquemos o Internacionalismo, mas não por meio dos estados e governos, mas pelos movimentos e assembléias sociais, de base e democráticos.
Reconheçamos nossas diferentes culturas, aprendamos nossos idiomas e identifiquemos nossos pontos em comum, aprendamos com os erros e acertos dos demais movimentos e agrupamentos. Desconheçamos essas linhas imaginarias que chamamos fronteiras e globalizemos nossas lutas.
Aceitemos que a globalização é o atual processo histórico, mas o usemo-lo a nosso favor. A internet tem um grande valor, graças a ela você lê o que escrevo, graças a ele eu sei o que acontece na Colômbia, no Brasil, na África, Ásia, Europa e até mesmo na cidade onde moro. Mídia independente (rádios, revistas, panfletos e sites), blogs, o Orkut, todos os recursos que temos podemos usá-los a nosso favor. A facilidade de locomoção foi essencial para momentos como as mobilizações dos dias de Ação Global dos Povos (AGP).
A AGP é um exemplo dessa globalização da luta, que por meio da mídia independente tem organizado mobilizações em todo o mundo contra instituições como o Banco Mundial, FMI, OMC, e G8. Em 1999, 100 mil pessoas vindas de todos os cantos do mundo: Índios do amazonas, operários japoneses, sindicatos espanhóis, camponeses franceses, médicos sem fronteiras, anarquistas, ecologistas, hackers entre outros muitos foram capazes de boicotar a reunião da Organização Mundial de Comercio (OMC) e após isso varias reuniões massivas tem acontecido onde essas entidades se reúnem.
(Boicot em Seattle)
Os levantes populares em Chiapas (FZLN) e Oxaca (Assembléia popular dos povos) no México, os Mapuches, estudantes e mineradores no Chile, Piqueteros na argentina, movimentos indígenas equatorianos, os sem terra brasileiros, os camponeses colombianos, o movimento cocalero na Bolívia, a Ação Global dos Povos (AGP), entre outros muitos movimentos que estão mudando a sua realidade local, desafiando a marginalização do estado globalizado e as injustiças promovidas por ele.
Preocupemo-nos com as guerras civis africanas, a escravidão na Ásia, os milhares de imigrantes que são forçados a entrar na ilegalidade ou são expulsos, à caça as baleias no mar do japão, o efeito estufa no mundo todo, a violenta repressão no recente protesto na Itália contra o G8, a censura que os jornalistas estão sofrendo na China a poucos dias de começar as olimpíadas. Em resumo: preocupemo-nos com cada uma das injustiças deste mundo.
Assumamos que cada violação dos direitos humanos é uma violação contra cada um de nós, cada cidadão condenado a morte é cada um de nos condenado à morte. O outro sou eu e eu sou o outro, por isso apoiemo-nos e lutemos pelo outro. Pois a minha liberdade se potencializa com a liberdade do outro.
“Temos a tarefa de construir um movimento global que substitua o controle financeiro e industrial, criando uma nova economia com base na justiça, um meio ambiente saudável, um respeito aos direitos humanos e antes de tudo a Liberdade” –ativista em Seattle ’99, no Dia de Ação Global dos Povos.
Critilo²